sexta-feira, 11 de maio de 2012

Desconhecimento trava crescimento da venda de gás natural no Brasil

A venda de gás natural no Brasil e sua política de ofertas e preços foi discutida nesta quinta-feira (10/05), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em reunião do Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra).
Ao discorrer sobre a Lei do Gás e as dificuldades de implementar novos gasodutos pelo Brasil, a diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Christine de Santa Araújo, defendeu o uso do gás natural para o futuro, apontando-o como mais vantajoso que outros combustíveis.

"Se o gás natural tiver segurança e preço, ninguém ganha dele no mercado”, afirmou, ressaltando sua vantagem em relação os energéticos concorrentes. “Ele é energética e ambientalmente superior. Sua competitividade hoje é diretamente ligada à oportunidade e preço", apontou Symone, que também ressaltou os desafios a ser enfrentados no processo de expansão dos gasodutos pelo país.
Em sua avaliação, um dos desafios é o pioneirismo, pois “tudo é muito novo para todo mundo”. Outra questão complicada, segundo Symone, é a dos prazos para o cumprimento das etapas desde os estudos de expansão até a conclusão das licitações. Ela exemplificou: “É como trocar o pneu com o carro andando. Obtenção de informação suficiente para fazer planejamento também é importante para ganhar respeito até da indústria".

Desconhecimento

O presidente do Conselho de Administração da Gas Energy, Marco Tavares, concordou com a diretora do Ministério de Minas e Energia. Ele apresentou um estudo intitulado Política de Oferta e Preços do Gás Natural, segundo o qual o problema está no desconhecimento e na descrença por parte das empresas e dos consumidores em relação ao potencial do mercado de gás.

"O gás não tem problema de competitividade, mas sim de credibilidade. [As pessoas e as empresas] não acreditam no potencial do gás natural. Não há cultura de uso de gás no Brasil", analisou Tavares, completando com uma crítica ao monopólio de venda e, também, à atitude das empresas em não divulgar este combustível.

"É uma estrutura muito aquém do que poderia ser, dado o tamanho da economia brasileira. Onde está o mercado? Não temos parâmetros de competição”, afirmou, argumentando que outros mercados possuem ofertantes, compradores, energéticos para brigar. “Aqui não temos isso. É 100% vendido por única empresa. E as outras que descobrem o gás não divulgam, ficam esperando para ver o que vai acontecer.”

Na visão de Tavares, se o Brasil mantiver esse "mercado monopolista" corre o risco de não olhar para frente e perder ainda mais terreno para a vizinha Argentina, por exemplo. “A Comgás hoje vende no país 12 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente a 1/4 do que é vendido em Buenos Aires, quando deveria vender 60 milhões”, concluiu.


FONTE: Agência Indusnet Fiesp

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