quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Alargamento do Canal do Panamá vai redefinir comércio de gás natural mundial

Quando o recém-ampliado canal do Panamá abrir, em 2015, irá lidar com um número estimado de 12 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano, uma dimensão que nem os projetistas podiam imaginar quando, em 2007, foi iniciada a expansão do canal, com um investimento total a ultrapassar os 3,9 mil milhões de euros.
Os transportadores de GNL irão cruzar a rota marítima de 77 quilómetros 350 vezes por ano e as viagens para a Ásia a partir dos EUA irão custar 24% menos que outras rotas mais longas, segundo cálculos da autoridade do canal. Os esperados 12 milhões de toneladas, assumindo-se que metade das viagens transportaram carga, seriam o equivalente a cerca de 5% do comércio internacional de GNL em 2012, estima a Fearnley Consultants.

Os EUA, hoje o maior produtor mundial de gás natural, devido à extração de combustível a partir de rochas de xisto, serão responsáveis por grande parte desse tráfego, tornando-se o terceiro maior exportador de GNL em 2020, de acordo com as estimativas da Morgan Stanley. Com o nível de independência energética americana a subir pelo 27.o ano consecutivo (estando atualmente nos 86%), esta rota irá aumentar as exportações para o Japão, compensando a perda de energia nuclear que o país está a sofrer em consequência do tsunami que atingiu o país em Março de 2011.
“Há um grande mercado na Ásia, grandes recursos nos EUA, e o Canal do Panamá é uma via privilegiada para este comércio, reduzindo o custo de obtenção de GNL para o mercado”, disse Sverre Bjorn Svenning, um analista da Fearnley, em Oslo, que conseguiu financiamento para um projecto de pesquisa há uma década sobre a expansão da hidrovia. “Não adivinhámos uma evolução deste nível.”
As obras para duplicar a capacidade do canal estão completas a 64%, segundo anunciou a Autoridade do Canal do Panamá na sua página online a 10 de Setembro. A hidrovia terá capacidade para receber navios com uma extensão de até 366 metros e quase 50 metros de largura, uma clara melhoria face aos actuais limites de 294 metros de comprimento por 32 de largura – dados divulgados no site.
Isto significa que em 2015 o canal terá capacidade para acomodar 89% das embarcações que transportam GNL em todo o mundo.
Fonte: iOnline

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