segunda-feira, 11 de maio de 2015

Hora de decidir como ampliar a oferta de gás natural ao Sul do país


Quando se fala em ampliação da oferta de energia, incluindo o gás natural, sabe-se que são projetos de longo prazo. Mas diante da nossa realidade de falta de investimentos em infraestrutura, Santa Catarina e seus vizinhos da região Sul precisam acelerar a busca de soluções para aumentar a oferta de gás. Nesse desafio, governos, setor privado e a sociedade devem trabalhar unidos por alternativas que atendam consumidores e investidores. Isto porque, sem a disponibilidade dessa fonte de energia, que é uma das mais limpas, há menos investimentos, menos renda e menor arrecadação de impostos, ou seja, menos recursos para todos.

O governo, principalmente por meio da SCGás, a Fiesc e os parlamentares do Estado estão trabalhando com esse objetivo. O relatório final sobre a demanda do Sul foi finalizado. Agora, os dados e análises de três consultorias do setor contratadas pelas federações industriais podem dar o embasamento técnico necessário. Como a Petrobras, sócia da SCGás, enfrenta falta de recursos para investir e não tem projetos de novos gasodutos no país, as soluções deverão vir da iniciativa privada.
Aparentemente, a melhor é o projeto de regaseificação de gás natural liquefeito com usina térmica do Grupo Bolognese, do Rio Grande do Sul, que triplicaria a oferta do insumo para SC. Outra alternativa viável é a repotenciação do Gasbol, suprido pela Bolívia. O projeto da Bolognese prevê implantação total até 2019. As vantagens são o fato de ser privado e de contar com uma térmica, necessária nesta fase de falta de geração de energia firme no país. Entre os obstáculos que podem atrasar a implantação estão o crédito mais caro e a demora em licenciamentos.Busquei mais informações junto ao grupo do RS, mas informaram que o executivo responsável está no exterior.

Como acompanhei a implantação do gás natural no Estado, sei o quanto a morosidade desses projetos é preocupante. Após mais de uma década de articulação da indústria, especialmente do setor cerâmico, que chegou a criar a Infragás, hoje sócia minoritária da SCGás, o gás natural chegou ao Estado com o gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). A primeira empresa a usar o insumo foi a Döhler, de Joinville, em 31 de março de 2000, estreia que foi festejada pelo empresário Udo Döhler, hoje prefeito do município. De lá pra cá já se passaram 15 anos, quase toda a molécula disponível – 2 milhões de metros cúbicos por dia para SC – está sendo usada, não há mais disponibilidade para atender grandes projetos e o Sul continua sem uma solução.
Pelo cenário atual, as lideranças da região Sul e o Ministério de Minas e Energia precisam definir quais projetos serão executados, escolher a engenharia financeira e estabelecer prazos. Só assim o Sul poderá ter expansão da oferta de gás natural e oferecerá mais segurança para os investidores, garantindo crescimento econômico no longo prazo. Além da indústria, que utiliza mais, os setores de comércio, serviços, veículos e residências também poderão ganhar usando o insumo.

Fonte: Blog da Estela Benetti
http://wp.clicrbs.com.br/estelabenetti

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