terça-feira, 21 de julho de 2015

Importações de GNL devem crescer no Brasil pelos próximos anos

Ao longo dos próximos anos, o Brasil deverá se tornar cada vez mais importador de gás natural liquefeito (GNL). Com uma queda na produção da Petrobrás e um aumento gradativo no consumo, a tendência é de que cresça o volume de compra do gás, cuja relevância para a matriz energética é hoje maior do que nunca. As previsões apontam para uma elevação nas contas de luz e uma maior fragilidade do país no cenário internacional, com uma maior instabilidade frente às variações do preço no mercado.
Diferentemente do que esperava grande parte do setor energético, a exploração dos blocos do pré-sal não será a salvação do mercado de gás natural no Brasil. Ao menos não por enquanto. As expectativas acerca de um aumento produtivo receberam um forte impacto com o anúncio do novo plano de negócios da Petrobrás, que cortou em 30% a sua meta de produção até 2020.

Essa mudança no setor de gás brasileiro pode acarretar questões econômicas mais amplas. Mais importador, o Brasil passa a se tornar também mais dependente dos preços internacionais, ficando refém das oscilações diárias do GNL. O Brasil importa o insumo de países como Trinidad e Tobago, Nigéria e Qatar, e por meio de unidades de regaseificação lança o gás no sistema, que o utiliza para a geração de energia em termelétricas.
De acordo com as previsões, haverá redução na oferta de gás no país. O professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, Alexandre Szklo, estima que haverá, em 2020, uma queda de 20 milhões de m³ em relação ao total previsto anteriormente. “E vamos pagar os preços do mercado spot, mais altos do que os preços do gás natural produzido no país”, explica ele.
Com a menor produção da Petrobrás, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deverá realizar uma revisão do Plano Decenal de Expansão de Energia, que será divulgado entre setembro e outubro deste ano. Segundo uma estimativa da consultoria Gas Energy, o GNL deverá responder por 70% do aumento do consumo de gás natural até 2023. Na matriz, a participação do gás deverá passar de 11,7% para 14,2% no país.

Fonte: Petronotícias

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