segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Todos querem comprar o gás natural dos EUA

Países em todo o mundo assinaram discretamente acordos nos últimos meses para importar gás natural dos Estados Unidos, revelando um crescente apetite pelo combustível em meio ao salto na produção norte-americana.
Até uma dúzia de acordos de longo prazo, cada um no valor de bilhões de dólares, foram assinados a portas fechadas com empresas da China, Japão, Taiwan, Espanha, França e Chile, uma vez que a demanda global cresce, de acordo com fontes de indústrias e tradings.
Através dos acordos, a China particularmente emergiu como um dos maiores beneficiários do gás natural norte-americano barato, que nos próximos anos será canalizado para plantas da Costa do Golfo e liquefeito para embarque ao exterior em navios-tanque.
Os acordos não anunciados, que correspondem cerca de 2% do fornecimento diário dos EUA, não são os primeiros deste tipo e dependem da aprovação do governo norte-americano para construir duas novas plantas de gás natural liquefeito (GNL).

O número de novos compradores, e seu alcance global, mostra como os Estados Unidos estão tomando medidas para tornarem-se um importante polo de exportação e passar à frente dos rivais como Austrália e África Oriental, atraindo com sucesso compradores asiáticos, mesmo antes da conclusão dos projetos.
Empresas como a BP, da Grã-Bretanha, e a francesa GDF Suez, já se comprometeram a comprar GNL dos Estados Unidos e, agora, buscam compradores dispostos a assumir parcelas desta oferta. “Como vemos mais contratos sendo assinados é uma indicação de que os EUA têm o gás natural realmente barato que vai ajudar a suprir o mercado global”, disse Jason Bordoff, diretor do Centro de Política Energética Global na Universidade de Columbia.
Os Estados Unidos estão produzindo quantidades recordes de gás natural graças a um boom de perfuração, e mais de uma dúzia de projetos de exportação já foram propostos. Mas os grandes consumidores domésticos de gás natural, como a indústria petroquímica estão preocupados que as exportações sem restrições podem empurrar os preços locais para cima. A administração Obama tem aprovado as exportações avaliando caso a caso. Até o momento, apenas quatro projetos têm permissão para exportar e apenas uma unidade está em construção.
Sob os acordos, mais de 12 milhões de toneladas de GNL por ano (mtpa) seriam exportados pelos EUA, ou cerca de 1,5 bilhão de pés cúbicos de gás por dia, ainda que alguns volumes possam ser alterados ao final das negociações, disseram as fontes.

Fonte: Brasil Econômico

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Gasoduto será iniciado em 3 meses

Companhia Paranaense de Gás (Compagas) irá iniciar, até o mês de abril, a instalação da Rede de Distribuição de Gás Natural entre Ponta Grossa e Castro. Com uma extensão total de 77 quilômetros, o material para a execução do gasoduto já foi comprado, e restam apenas alguns detalhes finais para que as obras possam ser iniciadas. A previsão para o início das obras, de acordo com Luciano Pizzatto, diretor-presidente da companhia, é de 90 dias.


“A expansão Ponta Grossa – Norte já está em licitação. Devemos iniciar em 90 dias as obras até Carambeí. E de Carambeí a Castro. Somando esses dois trechos, o investimento é de aproximadamente R$ 87 milhões”, explica Pizzatto.

Fonte: Jornal da Manhã

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Biogás busca mais destaque como alternativa energética

O sucesso das usinas eólicas no Brasil, iniciando praticamente do zero na década passada e se tornando uma das fontes mais competitivas do País atualmente, serve de inspiração para muitas outras gerações de energias renováveis. Entre as quais está o biogás que, além de se promover como um recurso energético (energia elétrica, térmica ou combustível veicular), é tido como uma solução ambientalmente correta para rejeitos orgânicos (como dejetos suínos, de aves ou até mesmo lixo urbano).
Ainda de forma tímida, mas contínua, algumas experiências estão sendo desenvolvidas nessa área no País. No Rio Grande do Sul existe, por exemplo, há o projeto de biogás do Consórcio Verde-Brasil, formado pelas empresas Ecocitrus e Naturovos, que conta com o apoio da Sulgás. A partir de dejetos de aves poedeiras e de resíduos agroindustriais, essas companhias abastecem, em Montenegro, uma planta com capacidade para produzir até 5 mil metros cúbicos ao dia de biometano, e há planos para atingir cerca de 20 mil metros cúbicos diários em meados de 2014.
Já a empresa Eco Conceitos participa, no município catarinense de Pomerode, de um projeto-piloto envolvendo parceiros nacionais e alemães, como a companhia Archea. Em fevereiro, entrará em operação uma usina de biogás que utilizará como combustível, em um primeiro momento, dejetos suínos. A tecnologia empregada na unidade é de origem germânica, levando em consideração as características brasileiras. O diretor da Eco Conceitos Ércio Kriek explica que a meta é comprovar a viabilidade da tecnologia para comercializá-la posteriormente. ?Nós acreditamos na viabilidade do biogás, só queremos provar isso para quem é cético?, afirma o empresário. Outro objetivo é transformar o complexo em um centro de pesquisa.
O dirigente reitera que o desafio será desfazer qualquer imagem negativa quanto a empreendimentos de usinas de biodigestão que não foram bem-sucedidos no passado. O complexo poderá gerar energia elétrica e térmica, assim como gás natural veicular (GNV). E o material orgânico que sobrar depois do processo será destinado à compostagem (fertilizante). A capacidade da planta, dependendo dos substratos (sobras) usados, pode chegar até 100 a 150 metros cúbicos de biogás por hora. A iniciativa absorveu um investimento de aproximadamente ? 250 mil.
Outro empreendimento de biogás, mas de maior porte, está sendo desenvolvido no Paraná, na cidade de Entre Rios do Oeste, que possui cerca de 4 mil habitantes. O município pretende tornar-se autossuficiente em energia elétrica, térmica e automotiva, com base na produção do biogás. Depois de três anos de estudos, o projeto de saneamento de Entre Rios do Oeste, que prevê o aproveitamento dos dejetos de animais e dos esgotos urbanos para produção de biogás, recebeu sinal verde da diretoria de Energia da Copel para ter a sua primeira fase financiada pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O projeto, realizado pela Plataforma de Energias Renováveis de Itaipu e Copel, deverá ser executado pela prefeitura em 2014 e vai receber R$ 14 milhões em recursos para a implantação da primeira etapa. Essa parte compreende 63 das 93 propriedades rurais produtoras de suínos e gado de leite localizadas no município. Essas propriedades podem produzir cerca de 12 mil metros cúbicos de biogás por dia, suficientes para gerar energia elétrica para atender toda a demanda dos prédios públicos municipais, incluindo as escolas, e suprir a iluminação pública. Haverá ainda uma sobra de 44% deste volume, que será utilizada para abastecer com energia térmica a maior olaria do município, substituindo o uso de lenha, cada vez mais escassa. Uma autarquia municipal ficará responsável pela implantação e fiscalização das obras e ainda pelo gerenciamento das energias geradas no projeto.
Empreendedores buscam maior apoio governamental ao setor
Apesar do entusiasmo dos defensores do biogás, esses investidores sabem que há um longo caminho a ser percorrido para que o setor se consolide no País. Entre as reivindicações para que se facilite a propagação de projetos dessa área está a definição de regras claras e de incentivos para o segmento. A dúvida do setor é saber quanto tempo levará esse processo.
O consultor da MT-Energie Tecnologia do Biogás e presidente da Associação Brasileira de Biogás e Metano (ABBM), Mario Coelho, acredita que ainda irá demorar até se formatar um marco regulatório que determine as diretrizes do setor. “Mas, a nossa meta é que em quatro anos se tenha resolvido esse ponto“, comenta o dirigente. Coelho acrescenta que quando alguém decidir investir em biogás, esse empreendedor precisa saber como fazer a comercialização, se existe incentivo ou não e que impostos incidem. No entanto, Coelho reitera que essas iniciativas levam tempo no Brasil.
O presidente da ABBM recorda que o plano nacional de resíduos sólidos esperou mais de 20 anos até ser aprovado no Congresso. Outro ponto ressaltado é que o biogás pode substituir o gás natural ou de cozinha, pode produzir energia elétrica, se tornar combustível veicular, entre outros aproveitamentos. O biogás também pode trazer mais segurança na geração de energia elétrica, por ser mais fácil de realizar uma previsão quanto à capacidade de produção.
Ércio Kriek, diretor da Eco Conceitos, concorda que para um melhor desenvolvimento do biogás no Brasil, falta uma política do governo pensando no benefícios que essa fonte pode trazer. O empresário salienta que, além de ser uma opção energética, a produção de biogás acaba sendo uma solução ambiental quanto aos rejeitos, tanto de origem animal, como resíduos sólidos urbanos (a parte orgânica). “O governo deveria, pelo menos, desonerar, tentar fazer com que a carga tributária fosse menor para viabilizar mais projetos“, sugere Kriek. O dirigente acrescenta que seria adequado facilitar e agilizar os trâmites como os relativos a licenciamentos ambientais ou quanto à transformação do biogás em energia elétrica.

Fonte: Jornal do Comércio – RS