segunda-feira, 30 de maio de 2016

GNV está mais competitivo no Paraná

O aumento nos preços da gasolina e do etanol, além da necessidade de controlar os gastos em tempos de crise, está fazendo com que muitos motoristas optem pelo Gás Natural Veicular (GNV). De acordo com dados da Companhia Paranaense de Gás (Compagas), o volume de vendas do GNV no Estado subiu 12% de janeiro a abril deste ano. Atualmente, a frota de veículos com GNV no Paraná é de 33.765 veículos.
A escolha é justificada pela economia gerada com o GNV. Segundo informações do sistema de levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o período de 1 a 7 de maio de 2016, o valor médio do litro da gasolina para o consumidor paranaense é de R$ 3,63 e do etanol é R$ 2,64. Já o preço médio do GNV no Paraná, de acordo com a ANP, é de R$ 2,27/m³. Com os atuais preços médios praticados e o rendimento previsto (13 km/m³ de gás natural, 10 km/l de gasolina e 7 km/l de etanol), para rodar 100 quilômetros com o GNV o motorista gasta cerca de R$ 17,50, enquanto que para a gasolina o custo é de aproximadamente R$ 36,30, e com o etanol é de R$ 37,71. A economia pode chegar a mais de 50% para quem abastece.
Segundo Gerson Burin, coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), o equipamento GNV é composto por um cilindro (ou mais) para armazenamento do gás, válvulas de segurança e de abastecimento externo, manômetro de pressão, redutor de pressão, solenoide de liberação do gás, tubulações e mangueiras específicas, sensores e atuadores eletrônicos e chave comutadora. Motores abastecidos com diferentes tipos de combustíveis possuem diferenças em seus componentes, taxa de compressão, entre outros itens, necessitando kits de qualidade e regulagens associados à eletrônica, os quais farão as devidas correções para evitar falhas durante o funcionamento.

“A adaptação deve ser criteriosa, sempre identificando se o equipamento GNV é compatível com o tipo de motorização e características do veículo para evitar falhas no funcionamento e até mesmo danos no motor”, diz Burin.
Conforme ele, para as adaptações ao uso do gás natural veicular não há substituição do tanque e sim a instalação de um cilindro específico para armazenar o GNV, independente do tanque de combustível original do veículo.
Ele explica que não é possível afirmar exatamente qual a relação de consumo para as combinações gasolina, álcool e GNV. “A relação de consumo entre os tipos de combustíveis possui muitas variáveis como o modelo e motorização do veículo, o tipo de trajeto, o tipo e tecnologia do kit GNV, a carga transportada, as formas de condução, entre outros.”
De acordo com Burin, outra questão está ligada à medição dos combustíveis, em que gasolina e etanol são medidos em litros, diferente do GNV que é medido em metros cúbicos. “O ideal é fazer o cálculo em reais por quilômetro para identificar qual o combustível mais vantajoso. Isso é feito em função do preço disponibilizado dividido pela quilometragem rodada de cada combustível para determinar qual combinação sai mais barata para o consumidor”, cita.
Para verificar a viabilidade da conversão, o proprietário do veículo não deve esquecer que o cálculo, além de levar em conta a eventual economia e a autonomia, deve contemplar o preço do investimento da instalação e também os postos de abastecimento existentes em sua região.
O coordenador do Cesvi destaca que a instalação dos kits deve ser feita apenas por empresas credenciadas no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o veículo, após a mudança, deve passar por vistoria para aprovação e identificação no documento. “Estes procedimentos trazem segurança tanto na exigência de qualidade dos kits GNV quanto em suas instalações.”

Fonte: Folha de Londrina

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Empresas de energias renováveis vão contratar 340 mil pessoas no Brasil


Até 2020, 340 mil empregos diretos e indiretos podem ser gerados no Brasil pelo setor de energias renováveis. O volume de novos postos de trabalho teria condições de ser alcançado apenas pelos setores solar e eólico, segundo previsões da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Entre 20 mil e 60 mil empregos no setor fotovoltaico serão criados dentro de quatro anos, acompanhando o crescimento do mercado. Segundo a associação do setor, para cada megawatt instalado por ano, são geradas entre 25 a 30 novas vagas. Para a ABEEólica, as perspectivas são ainda mais otimistas: a entidade estima o alcance de até 280 mil novos postos no setor eólico em todo o país. Somente em 2016, o índice pode chegar a 45 mil oportunidades. Nesse mercado, a cada megawatt instalado anualmente, 15 novas vagas são criadas.
A construção de novos parques solares e eólicos no país, aprovados a partir de leilões de energia elétrica organizados com frequência pelo governo federal, é uma das razões para a expansão. Nas duas áreas, as principais atividades estão relacionadas, em ordem de maior predominância, a funções de instalação, fabricação, desenvolvimento, venda, distribuição e manutenção dos equipamentos.

Mercado eólico

Segundo a ABEEólica, a capacidade instalada de geração energética a partir do vento no Brasil está em 9,41 gigawatts. A porção é distribuída em 375 parques eólicos, que operam ou estão em fase de testes, instalados em diferentes estados. Em poucos anos, o país subiu cinco posições no ranking global de geração eólica. Hoje, ocupa o 10º lugar em capacidade instalada. Em 2013, ficava em 15º. De acordo com a associação, somando outros 376 parques que vão entrar em operação ou ser construídos até 2019, novos 9,07 gigawatts devem instalados. Em resumo, se as previsões se confirmarem, até o fim desta década, o Brasil passa a contar com 18,5 gigawatts de potência eólica acumulada em sua matriz elétrica. O volume, além de fornecer as milhares de oportunidades de trabalho previstas em diferentes setores da cadeia produtiva, é capaz de atender o consumo energético de 93 milhões de brasileiros, ou 31 milhões de residências com consumo médio de 167 kWh/mês.

Setor fotovoltaico

O setor solar, apesar de ser hoje responsável por apenas 0,02% da produção total de eletricidade no país – ou 0,027 gigawatts – também deve crescer. De acordo com a ABSOLAR, até 2018, as instalações de novas usinas solares em território nacional vão somar 3,3 gigawatts de potência instalada, fato que resultará em 20 mil a 60 mil oportunidades de trabalho.
Para Rodrigo Lopes Sauaia, diretor executivo da associação, projetos solares podem ser desenvolvidos em qualquer parte do país e têm tudo para contribuir com a dinamização e o reaquecimento da economia nacional. “Vivemos um momento emergente do setor, mas, dentro de alguns anos, com mais domínio da tecnologia, profissionalização do setor e aumento da demanda fotovoltaica, vamos aproveitar uma maturidade maior. A quem estiver preparado, o mercado vai fornecer boas oportunidades”, indica.
Para isso, contudo, investimentos e apoio público são indispensáveis. “O Paraná ainda não aderiu ao convênio ICMS 16/2015, que isenta do pagamento de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] o consumidor que conta com um sistema fotovoltaico instalado em sua residência ou empreendimento. Se a expectativa do Estado é aumentar o acesso à tecnologia solar e incentivar a geração de empregos no setor, precisa estar atento à necessidade de fazer a adesão”, comenta Sauaia. Hoje, 16 entre os 27 estados brasileiros contam com a isenção.

Remuneração

Desde 2014, quando as tarifas energéticas viveram um aumento expressivo, a Blue Sol, que fornece produtos, soluções e cursos em energia solar viu a procura pelos serviços que oferta crescer significativamente. Em pouco mais de quatro anos, desde que passou a formar profissionais aptos a conhecer, projetar e instalar módulos solares, a empresa estima que cerca de cinco mil pessoas já tenham sido capacitadas para trabalhar em diferentes áreas do setor.
“São profissionais com formações variadas, que passaram a ver na energia solar uma oportunidade de mercado e até a chance de ter o próprio negócio”, conta Nelson Colaferro, diretor da Blue Sol. Segundo ele, a remuneração média dividida entre uma equipe formada por duas ou três pessoas que domine o processo de instalação de um sistema em uma residência, por exemplo, pode ficar entre R$ 6 mil e R$ 8 mil. Já a de um projetista que desenvolva sistemas de pequeno a médio porte, entre R$ 2 mil a R$ 4 mil.

7,7 milhões de pessoas já trabalham em todo o mundo na indústria de energia renovável. O índice é 18% maior em relação aos 6,5 milhões que ocupavam cargos no setor em 2014. Os dados são de uma relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) e consideram empregos nos setores eólico, solar, hídrico, de biomassa, biocombustível, biogás e geotérmico.

por Claudia Guadagnin especial para Gazeta do Povo

quarta-feira, 11 de maio de 2016

COMPAGAS E CIBIOGÁS ASSINAM TERMO PARA CONDUÇÃO DE PROJETOS DE BIOGÁS E BIOMETANO NO PARANÁ

(Curitiba, maio de 2016) A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) se uniu ao Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) para conduzir projetos que visam consolidar a cadeia produtiva do biogás e do biometano no Paraná. No dia 9 de maio, o diretor-presidente da Compagas, Fernando Ghignone, e o Diretor-Presidente do CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida Galvão, assinaram o termo de cooperação que marca o início do trabalho em conjunto.

De acordo com o diretor-presidente da Compagas, Fernando Ghignone, esta é uma oportunidade de dar uma destinação final adequada aos dejetos e resíduos. “Nosso objetivo é contribuir com o desenvolvimento do Estado e estes projetos possibilitarão uma evolução socioambiental com o uso destes resíduos como fonte de energia”, destaca.
Para o diretor-presidente do CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida Galvão, “o objetivo é dar condições de competitividade para o agronegócio, reduzindo os custos energéticos dos produtores rurais, e através do biogás e do biometano esta missão torna-se realidade”. 
Atualmente, cerca de 12 projetos comprovam a viabilidade técnica e econômica do biogás. Eles estão instalados em pequenas e médias propriedades rurais, cooperativas, granjas e empresas da Região Oeste do Paraná. O biogás pode ser transformado em energia térmica, elétrica, veicular e em biofertilizante.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Agide Meneguette, destacou que os primeiros estudos foram iniciados há cerca de 20 anos. “As parcerias que se firmam agora são importantes para concretizar os projetos que vêm sendo estudados e aprimorados ao longo destes anos”. O Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), Norberto Ortigara, completou apontando a necessidade da parceria para estudos completos de viabilidade e economia para um aproveitamento total da matéria e uma utilização técnica-racional dos dejetos como fonte de energia.
Para o Diretor-Geral Brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, “os projetos de biogás e biometano irão contribuir na geração de renda para o produtor, mas também auxiliarão no processo de conservação do solo”.
ATENTOS AO DESENVOLVIMENTO - Um dos principais projetos na região está sendo conduzido pela Copel, em parceria com a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná. O biogás produzido na rede de biodigestores será filtrado em uma refinaria para se transformar em biometano e este será canalizado para uma Minicentral Termelétrica (MCT) com capacidade total de 480 kW. O projeto é inovador no sentido de agrupar pequenas unidades produtoras em torno de uma grande central de aproveitamento energético de biogás, o que possibilita ganho de escala no custo de geração. Marcos Pessoa, da Copel, adiantou que o lançamento do programa está previsto para junho e será um avanço para a agricultura local.
No dia 9 de maio, o diretor-presidente da Compagas, Fernando Ghignone, e o Diretor-Presidente do CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida Galvão, assinaram o termo de cooperação que marca o início do trabalho em conjunto

Fonte: Compagas

CNH utiliza Iveco Tector movido a GNV em fábrica de Sorocaba

Um caminhão semipesado Iveco Tector movido a GNV – gás natural veicular – começou a rodar no complexo industrial da CNH Industrial em Sorocaba (SP). Substituto de um modelo movido a diesel e de mesmo PBT (17 toneladas), o veículo transporta peças, partes e matéria-prima para estoque da unidade, onde são fabricadas máquinas agrícolas das marcas Case e New Holland, que assim como a Iveco, pertencem ao Grupo CNH Industrial.

O veículo deverá percorrer cerca de 300 quilômetros por mês, estima a CNH Industrial. Segundo o engenheiro de produto responsável pela área de Inovação da Iveco, Fábio Nicora, quando comparado com um caminhão de mesmo porte movido a diesel, o Iveco Tector GNV gera redução de 86% de NOx, 77% de particulado e 25% de CO2 e possibilita melhora de cerca de 20% no custo operacional.
Ele possui sistema de armazenamento com capacidade total de 126 m³ de combustível, gerando autonomia de até 300 Km, com o tanque cheio e dependendo da aplicação. Equipado com o motor FPT NEF 6 Ciclo Otto GNV, desenvolve 200 cv de potência, atendendo ao padrão europeu de emissões EEV e com baixos níveis de ruídos e vibrações. Também pode ser abastecido por biometano, gás produzido a partir do processamento de resíduos orgânicos.
A experiência da Iveco com a tecnologia GNV soma 26 anos e é um dos pontos fortes da operação da montadora na Europa, onde possui uma frota de 14 mil veículos movidos a gás natural veicular. “Essa experiência nos ajuda a coletar mais dados de operação e entender a viabilidade econômica e técnica em aplicações diferentes”, afirma Nicora.
No Brasil, os testes do GNV tiveram início em 2011, quando a empresa colocou o caminhão para rodar em parceria com algumas entidades. O Tector GNV foi utilizado em parceria com a Coca Cola, em Belo Horizonte, por mais de um ano, entre 2013 e 2014.
Fonte: Automotive Business