terça-feira, 18 de outubro de 2016

Ônibus a gás da Scania será testado no transporte público do Grande Recife

Um ônibus a gás, desenvolvido e testado pela Scania, entrará em teste no sistema de transporte da Região Metropolitana do Recife. É o  primeiro ônibus nacional movido a Gás Natural Veicular (GNV) e biometano, já testado e com bons resultados em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Inicialmente, a linha que receberá o veículo será a Circular (Prefeitura/Cabugá). Diferentemente do passado, quando o teste de ônibus a gás foi um fracasso, agora, a promessa é de bom desempenho e, principalmente, de solução mais sustentável para a mobilidade urbana. O modelo nacional, segundo os desenvolvedores, tem autonomia para rodar 450 quilômetros, o que daria, em média, dois dias de operação sem necessidade de abastecimento.
O veículo será apresentado nesta terça-feira (18/10) e deverá entrar em operação na quarta-feira. Para os passageiros do sistema, além do fato de estar num ônibus que polui menos, as vantagens são o conforto do veículo. Por ser movido a gás, apresenta baixos níveis de ruído, beneficiando usuários e motoristas. O ônibus que será testado tem 15 metros e capacidade para até 130 passageiros. É um padron, com motor traseiro e piso baixo, ar-condicionado, janelas amplas e câmbio automático. Não haverá qualquer custo adicional para o sistema ou o
passageiro, já que a operação teste está sendo viabilizada numa parceria entre a Scania, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), a Empresa Metropolitana e o Grande Recife Consórcio de Transportes.
A desconfiança com o sistema a gás ainda é grande entre os operadores, até porque o custo é 20% maior do que o ônibus a diesel. Além disso, no passado, o abastecimento dos veículos era um dos maiores obstáculos à eficiência da operação porque demorava horas. “Agora, conseguimos abastecer em seis minutos porque temos um software que regula diretamente a quantidade de metano introduzida. Esse processo, antes, era feito por um compressor no momento do abastecimento. Esse ônibus chama a atenção pela redução de custos operacionais por quilômetro rodado, bem como da poluição sonora e de emissões. Em comparação com um veículo similar a diesel, ele emite 85% menos gases poluentes, se abastecido com biometano, e 70%, se estiver com gás natural veicular”, explica Silvio Munhoz, diretor de vendas de ônibus da Scania no Brasil.

O veículo chega ao Recife já com bons antecedentes, o que ajuda a diminuir a desconfiança dos empresários. De outubro de 2014 a agosto de 2015, foram realizadas oito demonstrações com um modelo sueco usando o biometano e o GNV para provar a viabilidade. Com o ônibus abastecido de GNV foram cinco oportunidades, em 2015. O veículo passou primeiramente por Sorocaba (SP), depois por Londrina (PR), Florianópolis (SC), São José dos Campos (SP) e pela capital paulista.
Em São Paulo, a demonstração foi durante os meses de junho a agosto de 2015. No período, o veículo rodou 5.000 quilômetros movidos a gás. Segundo a Scania, o teste consistiu em pôr o veículo a gás para acompanhar um ônibus similar a diesel (chamada operação sombra) num total de 12 semanas, em duas linhas do sistema paulistano. O custo por quilômetro do GNV foi 28% inferior ao do diesel. Com o modelo movido a biometano, a Scania fez testes, em janeiro de 2015, no Rio Grande do Sul, e em março, no Rio de Janeiro. “Desde quando a Scania trouxe o modelo sueco, no fim de 2014, para uma série de apresentações, o veículo, que utiliza como combustível biometano, GNV ou uma mistura de ambos em qualquer proporção, vem despertando o interesse da sociedade como uma solução para mobilidade urbana mais sustentável, considerando os aspectos sociais, ambientais e econômicos”, ressalta Munhoz.
Fonte: JC Online

terça-feira, 4 de outubro de 2016

MME abre consulta sobre diretrizes propostas pelo Gás para Crescer

As contribuições poderão ser enviadas até 07 de novembro deste ano.
As diretrizes para o novo mercado de gás natural do Brasil entraram em consulta pública nesta segunda-feira (03/10), no novo ambiente de Consultas Públicas do site do Ministério de Minas e Energia (MME). O documento “Diretrizes Estratégicas para o desenho de novo mercado de gás natural no Brasil”, criado pelo MME, em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) lança as bases para discussões dos temas relevantes com os diversos agentes do setor. As contribuições poderão ser enviadas até 07 de novembro deste ano.

A proposta, elaborada no âmbito da iniciativa Gás para Crescer, lançada pelo ministro Fernando Coelho Filho em 24 de junho de 2016, tem como objetivo propor medidas concretas de aprimoramento do arcabouço normativo do setor de gás natural, a partir da redução da participação da Petrobras nesse segmento, e contou com contribuições de diversos agentes da indústria do gás natural no Brasil.
O debate proposto pela consulta pública deve ajudar a criar os fundamentos para o desenho de um novo mercado de gás natural com diversidade de agentes, liquidez, competitividade, acesso à informação e boas práticas, e que contribua para o crescimento do País. O conteúdo do documento colocado para consulta pública considera os seguintes pontos: Fatos e motivação; Ações; Construção Estratégica; Visão de futuro da indústria de gás natural no Brasil e os fundamentos para o desenho de um novo mercado de gás natural; e as Diretrizes Estratégicas.
As premissas dessa iniciativa compreendem a adoção de boas práticas internacionais, aumento da competição, diversidade de agentes, maior dinamismo e acesso à informação, participação dos agentes do setor e respeito aos contratos, de modo a construir um ambiente favorável à atração de investimentos, prioritariamente privados.
Adicionalmente, o MME, a EPE e a ANP divulgam relatório e conjunto de notas técnicas, resultado das frentes de trabalho da iniciativa Gás para Crescer.
Veja os documentos:
Fonte: MME

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Petrobras quer voltar a ter grau de investimento em 2018, diz Parente

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta sexta-feira ter “perfeita consciência” de que a empresa está apenas começando a fazer os ajustes necessários.
“Temos que cumprir nossas metas e o prazo é fim de 2018, quando esperamos que a empresa esteja em condições de almejar novamente ser ‘investment grade'”, disse Parente. A petrolífera enfrentou três rebaixamentos do seu grau de investimento pelas agências de classificação de risco entre fevereiro do ano passado e fevereiro deste ano.
Segundo Parente, a companhia sabe que a divulgação do plano de negócios foi “a parte mais fácil” do processo.
De acordo com o executivo, as parcerias previstas no novo plano de negócios da companhia devem levar a investimentos adicionais de R$ 40 bilhões nos próximos dez anos.

“Parcerias trazem vantagens como compartilhamento de riscos, desoneração, intercâmbio tecnológico e fortalecimento da governança”, afirmou Parente, durante o “Exame Fórum”, realizado hoje em São Paulo.
O executivo também destacou a importância de a companhia focar na atuação de exploração e produção de petróleo e gás, assim como a necessidade da revisão da política de conteúdo local, para redução dos custos previstos no plano.
“Somos a favor de fortalecer a política de conteúdo local, mas em outras condições, com estrutura para crescer.”
Paridade
O presidente da Petrobras afirmou que o aumento da alavancagem e do endividamento da companhia desde 2010 foi afetado, entre outros motivos, pelas práticas de controle de preços abaixo da paridade internacional.
“O crescimento da alavancagem foi exponencial desde 2010. A conta de juros desde então subiu por aumento da dívida e também por aumento de juros”, afirmou Parente.
Para o executivo, grande parte do endividamento não gera qualquer caixa para empresa, uma vez que foi feito, entre outros motivos, para investimentos que não estão prontos.
“A gestão entre 2014 e 2015 não foi conhecida pela previsibilidade de suas ações”, disse.

Fonte: Valor Online