terça-feira, 2 de maio de 2023

Atlas Agro construirá primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados a partir do hidrogênio verde no Brasil

 


 

Projeto orçado em cerca de R$ 4,3 bilhões em Uberaba (MG) tem início das obras previsto para 2024 e conclusão para meados de 2027

A fábrica de fertilizantes, que será construída em Uberaba (MG) no valor total de US$ 850 milhões de dólares (ou cerca de R$ 4,3 bilhões) deve ter a obra iniciada em 2024, com a conclusão prevista para meados de 2027. O projeto da Atlas Agro integra o plano estratégico da companhia de ser pioneira na descarbonização da indústria de fertilizantes no Brasil. A organização tem planos de construir de sete a nove plantas de fertilizantes nitrogenados verdes no Brasil, ajudando a reduzir a dependência dos fertilizantes importados no país. Sua primeira fábrica nos Estados Unidos entrou em projeto de engenharia em março.

“Hoje, importamos mais de 85% dos fertilizantes que utilizamos no Brasil, um país que é uma das maiores potências do agronegócio no mundo. O montante equivale a mais de US$ 8 bilhões em importações em fertilizantes para o território brasileiro”, comenta Knut Karlsen, co-fundador e CEO da Atlas Agro para América Latina.

A planta utilizará uma matriz 100% limpa, a partir de fontes renováveis, tais como a solar e eólica, para produção do hidrogênio verde, amônia verde e os fertilizantes nitrogenados com zero carbono. A consultoria de energia renovável Cela foi contratada para ajudar a empresa na prospecção e seleção de fornecedores de energia renovável para a planta de Uberaba.

A fábrica terá ainda uma capacidade de produção para 500 mil toneladas por ano de fertilizantes para atender os clientes da região. “Temos cartas de interesse de compra assinados com vários clientes e deveremos concluir os acordos de fornecimento de fertilizantes nitrogenados zero carbono nos próximos meses”, afirma Karlsen.

Trata-se de um projeto inédito e um marco significativo para o agronegócio e para o próprio Brasil, já que atualmente 100% do fertilizante nitrogenado utilizado no País são importados de outros países, como Rússia, sendo todos eles produzidos a partir de fontes fósseis e poluentes. “Portanto, a nova planta é um importante passo para a substituição de fertilizantes estrangeiros com significativa pegada de carbono por uma produção nacional a partir de manufatura limpa e sustentável. Também se configura como uma grande oportunidade para a reindustrialização verde e a segurança alimentar no Brasil”,

Os fertilizantes produzidos a partir de fontes fósseis, como o gás natural, emitem mais do que uma tonelada de CO2 equivalente para cada tonelada do fertilizante produzido, enquanto os fertilizantes nitrogenados produzidos a partir do hidrogênio verde são livres da emissão de carbono em sua produção.

 

fonte: https://www.portosenavios.com.br/noticias/geral/atlas-agro-construira-primeira-fabrica-de-fertilizantes-nitrogenados-a-partir-do-hidrogenio-verde-no-brasil

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Complexo de Suape terá suporte internacional para desenvolver hidrogênio verde

 


O projeto faz parte da primeira fase da chamada bilateral Brasil-Alemanha pelo Senai e pela Federação Alemã de Associações de Pesquisa Industrial (AIF)

O centro de testagem de projetos inovadores com foco no combustível do futuro do Complexo de Suape, o TechHub, foi um dos projetos selecionados pela chamada bilateral Brasil-Alemanha para desenvolver tecnologias destinadas à produção de hidrogênio verde (H2V).

“Ser selecionado para participar de um projeto tão importante para a sustentabilidade no planeta é uma grande conquista para nosso complexo. É um caminho sem volta. O cuidado com o meio ambiente é uma das nossas prioridades e com a consolidação do TechHub, vamos empreender todos os esforços para nos tornar referência internacional na produção do combustível do futuro”, afirma o diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot.

Os projetos selecionados vão ser submetidos a uma segunda fase, prevista para ter início em julho próximo, com resultado divulgado em setembro. As propostas escolhidas terão que ser desenvolvidas no prazo de 12 a 36 meses, com início previsto para 2024. A coordenação será realizada pelo Instituto Senai de Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

“Vamos construir algo inovador, pioneiro e sustentável para o planeta. A ideia é transformar o Complexo de Suape em um laboratório vivo de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no combustível sustentável, nos tornando uma matriz energética limpa, com imensa capacidade de produção, tanto para consumo próprio, quanto para distribuição para o Nordeste, outras partes do país e até exterior”, ressalta o diretor de Sustentabilidade do atracadouro pernambucano, Carlos Cavalcanti.

Além do TechHub de Suape, que será desenvolvido pelo Senai-Pernambuco, as aplicações vão se concentrar em mais dois polos de desenvolvimento tecnológico no Brasil, como o Parque Senai Cimatec, na Bahia, e o Centro Verde de Hidrogênio de Balbina, no Amazonas. O objetivo é conectar projetos de transição energética em andamento, para aceleração de rotas tecnológicas e conexão com empresas produtoras e off-takers (consumidores) de hidrogênio verde.

“Uma grande oportunidade para o Brasil, dado que temos a matriz energética mais limpa do mundo e uma capacidade impressionante de produção de hidrogênio verde para consumo próprio e para distribuição mundial”, avalia o diretor de Inovação e Tecnologia do Senai, Jefferson Gomes, que participa da feira em Hannover

REINO UNIDO

O Reino Unido é outro parceiro importante para o desenvolvimento de pesquisas e produção de hidrogênio verde. A largada para essa importante empreitada binacional foi dada, em março deste ano, durante a realização do Hydrogen Opportunities in Brazil, ocorrido em Londres, capital britânica.

Na oportunidade, o diretor-presidente da Suape, Marcio Guiot, e o diretor de Sustentabilidade da empresa, Carlos Cavalcanti, tiveram a oportunidade de apresentar o potencial estratégico de Suape e os projetos de H2V em andamento e previstos no complexo para uma plateia composta por empresários do setor de energias renováveis e pesquisadores da área.

 

Fonte: https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/complexo-de-suape-tera-suporte-internacional-para-desenvolver-hidrogenio-verde

 

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Brasil pode liderar a produção de hidrogênio verde

Para especialistas, é fundamental inserir o hidrogênio verde como componente estratégico na matriz de energia brasileira.

 

Segundo estimativas do Hydrogen Council, iniciativa que reúne CEOs de 92 empresas globais, com cerca de 80% da sua matriz energética renovável, o Brasil tem condições de se tornar protagonista na produção e exportação do chamado hidrogênio verde. De acordo com a instituição, esse é um mercado que deverá atingir globalmente US$ 2,5 trilhões em 2050, respondendo por cerca de 20% de toda a demanda de energia no mundo.

Já a Agência Internacional de Energia (IEA) destaca 990 projetos de hidrogênio identificados no mundo desde 2020. São 67 países com pelo menos uma iniciativa sustentável na área. As informações da agência também revelam a capacidade brasileira nesse aspecto: são quatro projetos dessa natureza no Brasil.


 

Outro estudo que coloca o país no mapa dessa energia renovável é o Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para a Indústria Brasileira, realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). “Temos todas as condições para ser protagonista no processo de descarbonização da economia no mundo através de tecnologias limpas como o hidrogênio verde”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

O levantamento feito pela CNI identifica duas modalidades de produção do hidrogênio sustentável adequadas para uso no setor industrial: o hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica sem emissão de gases de efeito estufa, e o hidrogênio azul, obtido a partir do gás natural e com emissões reduzidas por meio da tecnologia de captura e armazenamento de carbono.

Hidrogênio é foco da ENGIE

No final de 2021, a ENGIE confirmou o interesse em participar do polo de hidrogênio verde no porto de Pecém, no Ceará. A companhia assinou um memorando de entendimento para estudar o investimento em hidrogênio verde no hub que está sendo criado pelo governo do estado com o Porto de Pecém, e que tem foco na exportação. 

A ENGIE se junta a outras empresas interessadas em exportar o hidrogênio verde a partir da instalação de plantas em portos estratégicos.

Uma notícia do site epbr destacou que, apesar do foco em exportação, a produção de hidrogênio verde em grande escala no porto cearense poderá também atender a demanda local, com aplicações em mobilidade pesada, indústria do aço, produção de químicos e mistura para as redes de transporte de gases. 

O fornecimento aconteceria a partir de uma unidade industrial com capacidade instalada de eletrólise entre 100 MW e 150 MW, durante um período de ativação que vai até 2026. A meta geral é chegar em 2030 com 4 GW de capacidade.

Globalmente, um destaque no ano passado foi a parceria da ENGIE e a Total para desenvolver, construir e operar o maior projeto de fabricação de hidrogênio verde da França. O projeto ficará na região sul da Provença-Alpes-Costa Azul, dentro de uma biorrefinaria da Total. O equipamento de eletrólise de 40 MW deve produzir cinco toneladas de hidrogênio verde por dia. O combustível vai suprir o processo de produção de biocombustível da refinaria da Total. Assim, será possível evitar a emissão de 15 mil toneladas de CO2 por ano.

A ENGIE possui também um centro de pesquisa na França dedicado a fontes com baixo carbono e que tem o hidrogênio como um dos focos de atenção.

No Brasil, o programa de P&D da ENGIE prevê um projeto de pesquisa com o hidrogênio natural como fonte de produção de energia limpa.

 

FONTE: https://www.alemdaenergia.engie.com.br